terça-feira, junho 19

A odisseia comeca..

Dia 1 - 14 Junho 2007


Aterrámos no aeroporto de Stansted - Londres com uma hora e meia de atraso. Um aeroporto bastante grande e cheio de gente a dormir por toda a parte.

(o teclado nao tem alguns acentos)

Depois de algum tempo a procurar um cantinho, por volta das 3h da manhã, o cansaço já pesava e nao havia posição possivel! Durante o resto da noite deu para fechar os olhos de vez em quando, apesar do aeroporto estar a funcionar como se fosse de dia.



Dia 2 - 15 Junho 2007

Dormi tão mal, tão mal que acordei cheia de dores no corpo e com o olho inchado! O mesmo não aconteceu com a minha irmã que optou por dormir nos sofás da zona wireless :)

Da próxima vez que tiver que fazer escala na europa vou tentar de tudo para nao ser em Londres! O controlo de bagagens é tão rigoroso que uma pessoa perde logo a vontade de viajar para onde quer que seja. Uma hora depois de me revistarem dos pés à cabeca e de revistarem a minha mochila, consegui comer uma sandocha made in Portugal e embarcar com destino a Reykjavik ;)

O voo correu dentro da normalidade e o percurso até à Guesthouse Salvation Army também.

Depois de deixarmos as mochilas no dormitório partimos de imediato à procura do supermercado mais barato das redondezas. FINALMENTE ÁGUA, IOGURTES E FRUTA!!

Com o corpinho bem nutrido, guia na mao e boa disposicao lá fomos nós à aventura! (Guia da Lonely Planet - Europe on a Shoestring).


Dia 3 - 16 Junho 2007

Durante toda a noite houve luz! Foi difícil conseguir que o meu corpo e a minha mente se adaptassem a esta realidade.

Na terra do gelo, localizada próximo do círculo do ártico, a estacao do verão é recebida com a luz do dia e temperaturas na ordem dos 9 graus centigrados, enquanto que o inverno é escuro e extremamente frio.

Com um sono pouco revitalizador, por volta das 8h, já estavamos à porta da pousada para fazer um dia inteiro de passeio pela Reserva Natural de Pórsmörk, no sul do país.

Na primeira parte do percurso, de Reykjavik a Selfoss, as paisagens evidenciaram um certo declive e alguma vegetação arbustiva e herbácea. Pode-se observar alguma agricultura e muita pecuária (cavalos, vacas, ovelhas e cabras) em solos de origem vulcânica.

A água da ilha é tirada de aquíferos que contêm sulfuretos e, por causa desses elementos, a água tem um cheiro desagradável. De acordo com o nosso guia, as águas frias sao boas para beber, enquanto que as quentes podem ser usadas para tudo o resto.

Nos arredores de Selfoss visitámos uma enorme cascata - Seljalandfoss Waterfall - onde já era notória uma mudanca na paisagem. Deixámos de ver as planícies dos arredores da capital, para passarmos a presenciar uma paisagem declivosa apenas com vegetação herbácea.

Ao longo do nosso trajecto até Pórsmörk, passámos por duas localidades - Hvolsvëllr e Fljótsdalur, onde fizemos pequenas paragens.

Depois de efectuarmos uma mudanca de transporte (de uma camioneta normal de 60 lugares para uma carrinha todo o terreno com pneus de 1m) comecou a parte mais esperada do passeio. Apesar de já não haver animais nem plantas (excepto coberturas de solo rasteirísimas), deparámo-nos com um cenário de glaciares, rocha sedimentada e muita água.

Os islandeses sao os pioneiros no aproveitamento de água para produção de energia, e água não falta neste país cujo nome é - A Terra do Gelo!

Com um cenário idílico mas ao mesmo tempo arrepiante (devido à natureza do trajecto) chegámos à Reserva Natural de Pórsmörk, situada entre três glaciares - Mýrdalsjökull, Gyjafjallajökull e Tindfjallajökull - um dos sítios mais espectaculares do país!

O resto do percurso consistiu numa caminhada de 3h onde atravessámos a montanha Valahnúkur com aproximadamente 1700m de altitude. Foi muito duro! Estava frio e o terreno nao ajudava. Nada debaixo dos nossos pés era seguro, no entanto as paisagens compensavam tudo o resto, eram simplesmente de cortar a respiração!

Foram umas horas bem passadas a subir e descer a montanha, em pleno contacto com a natureza e em pleno coração da Islândia. É muito gratificante constatar que estes locais existem mesmo e que proporcionam equilíbrio e paz aqueles que os visitam.

A mão do homem deixou de existir há muitos km atrás. Aqui reina a natureza e a força de todos os seus componentes é muito maior que a do homem!

Por estar perante um cenário novo, num país com condições adversas, a descida da montanha foi deveras complicada. Durante a infindável descida caí um par de vezes e tive as unhas dos pés "cravadas" nos sapatos como se deles fizessem parte. As quedas foram sem gravidade, deram ânimo ao percurso e, uma vez já em terra firme, algo diferente nos esperava.

Antes mesmo de abandonarmos o local, e de modo a descansarmos do esforco do "trecking" esperáva-nos, no fim do percurso, um lago artificial de água quente onde estivemos tipo tartarugas rodeadas por glaciares, rocha e água :)

A última hora foi intensamente boa mas, ao mesmo tempo, triste, pois com um cenário tão puro, tão belo, tão diferente de tudo o que já vimos, tivemos de ir de novo para a cidade.

Num todo o terreno (4X4), o percurso de volta foi feito com muita adrenalina, outra vez pelos calhaus e pelas ribeiras que se formam devido ao degelo dos glaciares, mas também em zonas de trilhos onde reinava a alta velocidade, parecendo os camioes a caminho de Dakar! :)

Constato com tristeza, que acabo de deixar um dos sitos mais belos que já vi, mas parto com a esperanca de poder um dia regressar.

(foi o texto possível, a continuação e as fotos vão ter que ficar para a próxima!)

1 comentário:

Montenegro disse...

Se a intenção dessas mentiras todas era criar inveja nos pobres coitados que não foram com voces... PARABENS!!! :(

Tou a brincar. Pelos vistos está a ser espectacular. Ainda bem.

Divirtam-se e voltem inteiras. :)

PS - este domingo não deu o Prison Break, nem sei quando vai voltar a dar, na RTP1. ;)