Ontem foi muito cansativo, apesar de não termos feito nada a não ser sentarmo-nos num comboio horas a fio e esperar pelo destino final.
Em Montreal, TODAS as pessoas falam fluentemente 2 línguas (bilingualismo), o inglês e o francês.
Ao darmos uma olhadela no guia de viagem, aprendemos que só se fala francês como língua oficial no Quebec, ou seja, que só apenas nesta cidade, o inglês é menos ouvido e falado.
Nós estávamos convencidas que toda a zona Este do Canadá tinha o francês como “mother tongue”.
Seja como for, eles aprendem sempre o inglês e o francês como primeira língua (digamos assim) e outra como segunda, geralmente o espanhol, por toda a América Latina o falar (à excepção do Brasil). “ That’s Interesting”!
Ao ter percebido que a sala de convívio, cozinha e recepção da pousada abria às 7 da manhã, saltei logo do beliche mal abri a pestana.
Era a única maluca de um lado para o outro do hostel. Pareciam 4 da madrugada.
Em pezinhos de lã, voltei para o 3º piso, onde são os dormitórios femininos, e permaneci no corredor, caladinha, a escrever o diário, a colar os recibos referentes ao dia de ontem e a estudar o guia.
O senhor que abre a sala comum deixou-se dormir. Em vez de chegar às 7 horas, só apareceu às 8:30, fazendo com que alguns hóspedes tivessem que alterar os planos. A cozinha não tinha outro acesso e, estando fechada, não se podia aceder à comida (quer nossa quer deles, para quem paga 5 US$ pelo pequeno-almoço biológico e orgânico que a pousada oferece aos seus “guests”).
Para nós, não houve problema de maior, como aliás para a maioria das pessoas. Não havia ninguém com viagens nessa manhã nem com coisas de valor no cofre da recepção.
Não consegui usufruir da rede “wireless” gratuita e, por isso, apoderei-me logo do computador que a pousada tinha à disposição para ver os e-mails e falar com a família.
A manhã passou num instante e a Vera não aparecia. Bebi chá e tentei postar alguma informação no blog. Espero ter acesso à Internet através do meu portátil velhinho, caso contrário, vai ser ainda mais complicado dar conta do recado.
Deram -26 de mínima e -19 de máxima para hoje.
Cheias de vontade de explorar, decidimos visitar a cidade, parando de meia em meia hora para descongelar e voltar a sentir o corpo. Era imprescindível fazermo-lo!
A pé, andámos a patinar na neve desde a pousada até à estação dos comboios. Visitámos uma das igrejas mais conhecidas da cidade, “Cathedrale Marie Reine du Monde”, levantámos 500 CAN$, comprámos os bilhetes Montreal - Toronto e acabámos no posto de informação turística.
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A senhora que nos vendeu os bilhetes de comboio, falou connosco descontraidamente, sem que ninguém lhe dissesse “despacha-te, há mais pessoas para atenderes!”
No posto de turismo, aconteceu uma situação semelhante. A senhora que nos atendeu, ao perguntar de onde éramos, nunca mais nos largou. Desatou a falar connosco e explicou que tinha visitado Portugal numa viagem à Europa de carro. Não passou muito tempo em cada sítio porque tinha apenas 2 ou 3 semanas de férias mas adorou as pessoas, a comida e as paisagens. Disse que as estradas eram muito sinuosas e perigosas (mesmo o nosso norte!) “I went in Porrtô, Coimbrrá and Fátima”, disse ela a vibrar completamente.
Decidimos almoçar num chique restaurante vietnamita e tailandês mesmo no coração da Chinatown. Bom e barato!
Bebemos chá, comemos uma sopa cada uma (gengibre com camarão e legumes, e noodles de arroz com frango) e a Vera ainda quis provar um arroz frito com camarão e bacon. Estava tudo delicioso e o atendimento foi 5*. Trouxemos as sobras.
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Comprámos pseudo nógado numa pastelaria asiática (Pâtisserie Harmonie). Os olhos da Vera brilhavam, “Lambetaaaaaa!”
Ao nos dirigirmos para casa, com a mochila cheia de comida, decidimos parar numa loja de conveniência com correios, para comprar água, postais e selos. Acabámos por trazer também 7up e vinho, a primeira extravagância desta viagem.
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Na pousada estava quentinho e sentíamo-nos em casa. Muita malta viajante, passava o tempo com jogos, livros, ou conversando. Estava um ambiente muito agradável e descontraído. Por vezes sentíamos que estávamos a ser observadas mas não nos sentíamos incomodadas. Nós também observamos…
Antes do jantar, tomámos banho, cuidámos um pouco de nós e vestimos roupas lavadas.
A hora de jantar foi tranquila. Dividimos a sopa que sobrou, assim como o arroz frito, e comemos de colher e pauzinhos (sempre disponíveis no nosso kit de talheres).
Regalámo-nos com a nossa comidinha e o nosso vinho. Não há dúvida que o que as pessoas mais cozinham são salsichas com ovos e massas com vegetais e molhos esquisitos.
Falámos sobre as diferenças entre a zona Este dos EUA e do Canadá. Concordámos com tudo o que ele disse. As diferenças são como as do dia para a noite…
Começámos a sentir uma certa leveza do vinho, e, rematámos a refeição com pseudo nógado e passas. Foi com uma ligeira dormência que nos deitámos. Até soube bem, uma vez que o nosso cérebro custa a desligar ao fim do dia.
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